sexta-feira, outubro 28, 2011

Usamos hoxe estas expresións? Recoñecémolas???

"Leva todo o día a comer no caldo"
"Non andes a regalar neles"
"Ela a ler no libro e a nós nin caso nos fixo".

Máis vídeos

Ola!!! Hai persoas que me envían outros vídeos de interese sobre os temas que andamos a tratar. Entre eles, xa que lemos na clase algo del, está o de Séchu Sende (http://www.youtube.com/watch?v=W7PzMxD0H9g). Un dos vídeos máis interesantes (algo longo, si, mais pode verse fragmentado) sobre o tema das actitudes sobre o galego entre a xente nova é Linguas cruzadas, que se emitiu na TVG o 17 de maio de 2007. Quizais algunhas persoas xa o vistes. Velaí vai a ligazón: http://video.google.com/videoplay?docid=-7399630610169788180#

quinta-feira, outubro 27, 2011

O conto en portugués

O Velho Firmino rondava-nos vagamente por ali, sempre absorto, extraviado, soprando no ar ensopado misteriosas ladainhas. Eu via-o descer as escadas tropeçando em aliterações:


“E fria, fluente, frouxa claridade
Flutua como as brumas de um letargo.”

Uma espécie de escuridão escapava-se dele, como de um abismo, enquanto declamava Cruz e Sousa:

“Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

A Fernando Pessoa, esse, amava-o ainda com maior fervor. A ele e a toda a sua legião de heterónimos. Rezava-os:

“Mas em torno à tarde se entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eterna tarde já não torna!
E em tom de atoarda todo o alarde
Do adornado ardor transtorna
No ar de torpor da tarda tarde.”

Eu deixava-me afundar no ar de torpor da tarda tarde. Estendia-me numa das redes e logo caía num sonho rápido, em algum lugar ainda mais a sul, entre torrentes de água fria, sob um céu nu e metálico, nalguma praia de veludo refrescada pela brisa salgada do mar. Despertava minutos mais tarde, encharcado em suor, louco de sede, sufocado por aquele ar de ácaros, saía pela porta aos tropeções, cruzava a rua, e desfalecia de bruços no balcão do bar em frente, implorando pelo amor de Deus uma cerveja estupidamente gelada.

Chegara ali como um náufrago, de mochila às costas, e logo me fascinara o improvável alfarrabista, ou sebo, nome mais comum no Brasil, ocupando por inteiro os dois andares de um fatigado casarão colonial. Se eu fosse alfarrabista teria imenso trabalho para organizar a minha loja de forma a que parecesse naturalmente desorganizada. Um alfarrabista organizado, metódico, sugere-me algo vagamente monstruoso, capaz de ofender a ordem natural das coisas, um pouco como um lagarto com duas cabeças, um advogado ingénuo, um general pacifista. A maioria das pessoas que frequentam alfarrabistas gostam de pensar que caminham entre o caos, e que em meio àquele grave e silencioso tumulto podem, de repente, tropeçar na primeira edição d´ Os Lusíadas, ao preço de um romance de Paulo Coelho. Houve um tempo, romântico, em que essas coisas podiam realmente acontecer. Um tempo em que os alfarrabistas ainda respeitavam a desordem. Os novos profissionais desta área são, desgraçadamente, muito bem informados e ainda melhor organizados. No sebo do Velho Firmino Carrapato, porém, a desordem era legítima e muito antiga. Três gerações de Carrapatos haviam contribuído com o seu demorado labor para aquele esplêndido caos. Os livros multiplicavam-se, empilhados pelo chão, ou desalinhados por metros e metros de incertas estantes em alumínio, sem outra lógica que não fosse a da sua chegada ali. O Velho Firmino dispusera cinco ou seis redes amarradas às colunas, junto às largas portadas abertas para a rua, de forma que era possível folhear os livros com alguma comodidade, rezando para que a brisa da tarde fosse capaz de abrandar o calor, sim, mas não forte o suficiente para transformar em irremediável pó, pura poeira erudita, os papéis antigos.

Firmino gostava de mim. Estranhara ao princípio o meu sotaque – de onde vinha eu? Angola?! –, olhara-me perplexo:

“Na África?! E lá falam português?...”

Disse-lhe que sim, que falávamos português, tal como muita gente em Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor, e, é claro, em Portugal. Não, isso não, contestou o velho, em Portugal não. Os portugueses já mal falam português. Na verdade, acrescentou, nem sequer se pode dizer que falem, isso carece de demonstração. Ele vira, meses atrás, um filme português e não compreendera uma única palavra. Os actores emitiam uns vagos murmúrios, mantendo a boca fechada, como se fossem ventríloquos, com a diferença de que os bons ventríloquos falam pelo próprio umbigo, ou o alheio, falam pelos cotovelos, falam inclusive pela boca fechada de um português, e sempre com relativa clareza. Argumentei, já um pouco irritado, que isso tinha a ver com a deficiente qualidade técnica do som dos filmes portugueses, bem como, é certo, com a má dicção de alguns dos actores, e depois dei o braço a torcer, e concordei que sim, que os filmes portugueses deviam ser exibidos com legendas, não apenas no Brasil mas também em Portugal. Estávamos nisto quando, sereno como um milagre, entrou na loja um português. Era um homem franzino, e no entanto sólido e elegante, com o crânio rapado, uma barbicha rala, bem desenhada, uns óculos de aros redondos, em prata, que deviam ser herança de algum remoto antepassado.

“Boa tarde! Posso entrar?”

Também ele falava sem abrir a boca, mas parecia simpático, de forma que o chamei, apresentei-lhe o alfarrabista, e em breves palavras dei-lhe conta da nossa querela. Um pequeno clarão iluminou os óculos do português e ele sorriu. A questão recordava-lhe uma tese que Agostinho da Silva defendia. Talvez a tese de Agostinho nos parecesse um tanto bizarra e sem suporte científico – mas era poética. Disse isto e ficou muito sério:

“A poesia acerta mais do que a ciência. Na natureza, por exemplo, a beleza é utilitária, isto é, não existe no universo fulgor sem serventia. Se os cientistas fossem à procura da beleza ao invés da funcionalidade chegariam mais depressa à funcionalidade.”

Segundo Agostinho da Silva as línguas afeiçoam-se às geografias que colonizam. Num horizonte amplo, desafogado, o sotaque é mais aberto, e numa paisagem fechada ele tende a fechar-se. Assim, no Brasil, em Angola ou em Moçambique as pessoas falam a nossa língua abrindo mais as vogais, e nos Açores, na Madeira, em Portugal continental, mas também em Cabo Verde, fecham-nas.

Foi assim, através da poesia, que o português conquistou o árduo coração de Firmino Carrapato. Naquela tarde fossou tranquilamente pelos salões, sem pressa, não hesitando em desfazer e refazer as pilhas poeirentas. Quando a luz já começava a declinar chamou o velho. Firmino foi estudando com vagar os livros que o português escolhera. Lia alto o título, via o estado da lombada, sopesava-os. Um deles, um grosso volume ricamente encadernado, pareceu intrigá-lo:

“Discurso sobre o Fulgor da Língua? Foi um doutor daqui, do Maranhão, que escreveu isso, mas nunca ninguém o leu. Tem a certeza que quer levar?”

O português assentiu com a cabeça. O velho murmurou qualquer coisa (pareceu-me reconhecer um verso de Pessoa) e depois encolheu os ombros:

“Tá bom. Esse eu ofereço...”

Uma semana depois dei com o português sentado num bar de rastafáris. Estava feliz como um rio. Antes que eu lhe perguntasse alguma coisa mostrou-me um papel:

"Quem achar este bilhete queira por favor dirigir-se ao meu advogado, em São Luís do Maranhão, com o exemplar do livro onde o encontrou”. Vinha depois o nome e o endereço do advogado.

O português sorriu:

“Você não vai acreditar: herdei um casarão em Alcântara!”

O bilhete fora escrito pelo autor do grosso volume que o Velho Firmino lhe oferecera. O infeliz falecera anos atrás, desiludido com a desatenção do mundo, mas não sem antes ter redigido um testamento em que doava o palacete da família a quem quer que provasse ter comprado e lido o seu único livro. O português exultou:

“E sabe uma coisa? O livro é bom!”




Pequenas pílulas sociolingüísticas

Velaí tedes diferentes propostas imaxinativas para crear conciencia sobre a necesidade de usarmos o galego. Imaxinades o efecto de que emitisen pola televisión estes (e outros) vídeos???
Por certo, xa mudei a ligazón do Ditame do Consello da Cultura Galega sobre o Decreto de plurilingüismo, que estaba mal.

segunda-feira, outubro 24, 2011

Unha curta ben simpática...

... sobre Sarmiento, a escola, a aprendizaxe do galego..., e non só


http://www.youtube.com/watch?v=2-HfttcTuRw

Todos os días morren linguas...

... e estas noticias publícanse en todos os medios e fálase de procesos de extinción, mais parece que nada se move entre nós.
http://www.lavozdegalicia.es/ocioycultura/2010/02/04/00031265285202048249612.htm

Sobre semifalantes e o proceso de perda dunha lingua

Reflexiona sobre fenómenos onde poidamos detectar a existencia hoxe de numerosos semifalantes de galego a partir do seguinte texto:

                Como comeza primeiramente o cambio de lingua? Comeza coa decisión da comunidade de deixar de transmitir a súa lingua aos seus descendentes. O resultado é unha interrupción na transmisión da lingua. Por interrupción da transmisión entendo o paso directo dunha lingua dunha xeración á seguinte. O seu correlato pragmático son as estratexias de transmisión lingüística que, segundo nos revelan os máis recentes estudos interculturais sobre a adquisición de linguas, parecen ser parcialmente intuitivos e parcialmente específicos de cada comunidade (tradicionais). En todo caso, sempre implican un modo específico en que as nais (ou outros adultos transmisores) falan aos seus fillos -isto é o chamado "maternalés" polos especialistas en linguaxe infantil- así como repeticións, xogos exercitadores, correccións e outros tipos de meta-comunicación, especialmente discusións sobre a orde de palabras e unha forte tendencia a asistir e dar coraxe aos nenos e nenas nos seus esforzos por probaren a ferramenta lingüística. As estratexias de transmisión lingüística desempeñan un papel tremendamente importante na adquisición da lingua, cuxo impacto na morte de linguas será evidente na discusión posterior.
                Parece apropiado agora dicir unhas poucas palabras sobre as razóns para interromper a transmisión dunha lingua. Aínda que os motivos para unha tal decisión poidan variar dun caso a outro, especialmente nos seus detalles históricos (política lingüística restritiva nun caso, razóns económicas noutro), os estudos sobre as situacións de morte lingüística apuntan sempre a un elemento común: a existencia de fenómenos de presión socio-económica ou socio-psicolóxica que moven os membros dunha comunidade de fala economicamente máis débil ou minoritaria a abandonaren a súa lingua. Isto acontece -non sempre, mais decote- a través do desenvolvemento dunha actitude negativa, que culmina en dúbidas colectivas sobre a utilidade da lealdade lingüística. A actitude cara a lingua A non é enteiramente negativa; pode ser esquizofrénica, de xeito que a conservación da lingua se valora positivamente por unha razón e negativamente por outra. Por exemplo, de acordo coa miña experiencia co arvanitika e o arumano en Grecia, hai casos en que a xente aínda conserva unha actitude positiva cara a súa lingua en tanto que sinal da identidade de grupo mais negativa noutros aspectos: dise que a lingua debe ser abandonada "porque é fea e pouco útil". Debe asumirse que esta constelación caracteriza situacións en que hai unha política lingüística agresiva por parte da comunidade de lingua dominante que consciente e deliberadamente elabora criterios para a valoración negativa da lingua recesiva ou minoritaria.
                Pode ser de axuda interromper aquí por un intre para debuxar un esquema máis preciso das relacións implicativas de envoltura externa, conduta e consecuencias estruturais neste punto. Poñamos unha comunidade multilingüe, que -por razóns de tipo histórico- mostra unha distribución de linguas desnivelada. Por razóns políticas e/ou económicas este desequelibrio convértese na fonte de presión social que pode crear unha actitude negativa cara a lingua do grupo recesivo e levar á decisión de abandonar a lingua. A distribución desigual de linguas nunha comunidade bi- ou multi-lingüe sempre dá lugar a unha distribución complementaria de dominios, que consecuentemente leva á perda léxica ou a un desenvolvemento léxico defectivo nos dominios que favorecen á lingua dominante. Debido á restrición de dominios, o bilingüismo aumenta porque os falantes se ven forzados a aprenderen a lingua dominante para usala en dominios onde a lingua recesiva non pode usarse. Isto acrecenta a interferencia e a simplificación  (p. ex. a perda de sistemas morfo-fonémicos) mais a lingua A aínda pode permanecer como unha lingua funcionalmente intacta. No entanto, unha vez que se toma a decisión de abandonar A e a transmisión lingüística se ve interrompida, a situación cambia radicalmente. A lingua antes primaria A faise secundaria e comeza a mostrar serios signos de imperfección. Debido á falta de estratexias de transmisión lingüística, a única fonte de datos de A para o neno/a nena é o que ocasionalmente escoita no seu contorno. Porén a simple exposición a unha lingua non abonda, obviamente, para desenvolver un nivel de soltura normal. Ademais nunha situación en que case todos os dominios foron conquistados para a lingua T, A simplemente non será usada nun número importante de estilos (narrativo, formal, etc.). Desde a perspectiva sociolingüística, o uso restrinxido de A ten un efecto de retroalimentación na actitude negativa cara a A.
                É nese punto cando entramos na seguinte fase -quizais a crucial- no proceso de morte da lingua. Este período caracterízase por un fenómeno chamado decaemento lingüístico e que pode definirse como a desintegración lingüística que é típica da fala dos semi-falantes, isto é, a xeración falante que resulta da interrupción da transmisión. Cando un considerábel número de nenos e nenas nunha comunidade de fala bilingüe se suxeitan regularmente a estratexias de transmisión só nunha das linguas (e quizais  aínda se ven abertamente desaniman a adquiriren a outra) a consecuencia trivial é unha adquisición imperfecta da lingua cuxa transmisión se suprimiu. Os semifalantes caracterízanse por un imperfecto coñecemento de A. A súa morfoloxía é extremadamente defectiva e a perda de categorías importantes (tempo, aspecto, modalidade), aínda que esas categorías estean presentes en T. A súa fala adoito mostra unha simplificación sintáctica semellante aos pidgins e unha forte inseguranza no conxunto de formas e funcións. Dificilmente son capaces de dominar as distincións fonolóxicas de A e mostran estremas variacións na pronuncia.
Sasse, Hans-Jürgen (1992): "Theory of language death" in M. Brenzinger, Language Death. Factual and theoretical explorations with special reference to East Africa, Berlin-New York, Mouton-De Gruyter 1992, 7-30.


domingo, outubro 23, 2011

Onde fica a xente?

As almas do fental, unha triste realidade: http://www.youtube.com/watch?v=iGrIccsKf8g

Galegofobia recente

Había persoas que non coñecían a polémica que houbo tras estas declaracións que deixan ver a persistencia de moitos preconceptos contra o galego: http://www.youtube.com/watch?v=O4iUzyVQTIM

Ampliación do debate sobre os últimos decretos

Para vos informardes sobre os debates arredor das propostas de modificación do Decreto 124/2007, podedes ler, entre outros, o Ditame do Consello da Cultura Galega, o da Real Academia Galega e o das universidades. Velaí tedes as ligazóns:













quarta-feira, outubro 19, 2011

Asinade os comentarios, por favor!!!

Lembrade poñer o voso nome completo nos comentarios (sen alcumes nin abreviaturas).
Obrigadísima por comezardes a usar o caderno dixital e polas vosas opinións!!!

quarta-feira, outubro 05, 2011

BENVIDA!!!

Velaquí o caderno dixital da materia Educación e Linguas da Universidade da Coruña.
Esta ferramenta de traballo, que permite adecuares o teu achegamento á materia co teu horario particular, vainos acompañar non só nas cinco semanas iniciais en que teremos sesións que deben contar coa túa presenza física, senón que continuará aínda até finais do primeiro cuadrimestre, pois será un recurso para os membros do grupo permanecermos en contacto ao longo dos próximos meses. Poderemos así tratar e desenvolver os contidos das aulas, poderemos debater sobre calquera tema relacionado coa materia e tamén, por que non?, darnos avisos, recomendar libros, filmes, recitais, concertos...
Abrirei para cada clase, cando menos, unha entrada cun texto ou exercicio e despois de cada aula incluirei tamén entradas para vós reflexionardes sobre as lecturas que fixemos ou os debates que xurdiron. Igualmente haberá entradas para comentardes as lecturas obrigatorias e irdes enriquecendo o voso coñecemento coas opinións e recomendacións das outras persoas do grupo. Por suposto, se desexares abrir unha entrada, non tes máis que suxerilo e así o farei.
A concepción que paira sobre esta caderno é a de ser o proceso de aprendizaxe un camiño para participares, para debateres, para mostrares a túa opinión..., tamén para mudares e para te achegares @s outr@s, para seres, despois desta experiencia, outra persoa.
Benvida, benvido!!!